Bom dia pessoal! O texto que coloco aqui foi elaborado pelo departamento
científico da VP Consultoria Nutricional. O texto é muito bom e explica um
pouquinho sobre a candidíase e a alimentação. Vale a pena ler!
A Revista Viva Saúde (edição extra de setembro de 2012) publicou uma
matéria sobre a Candidíase, abordando as principais curiosidades sobre essa
infecção fúngica, que é originada pelo fungo do gênero Cândida, sendo as orais
e genitais mais conhecidas e fáceis de serem detectadas. Uma dieta adequada pode
auxiliar na prevenção e redução dos sintomas dessa patologia.
As mulheres são as mais atingidas pela candidíase genital, chamada de
candidíase vulvovaginal (CVV) que, atualmente, é um relevante problema na saúde
da mulher. Estima-se que 75% das mulheres adultas apresentem um episódio em sua
vida, sendo que 40 a 50% vivenciarão novos surtos e 5% apresentarão a
candidíase recorrente, definida como a ocorrência de quatro ou mais episódios
de CVV no período de um ano.
Seus sintomas caracterizam-se por ardor, prurido e corrimento branco e
espesso, os quais se agravam em períodos pré-menstruais por diversos fatores,
como aumento da acidez vaginal. Além da infecção vaginal, a cândida produz
toxinas que podem trazer inúmeros sintomas fora do trato genito-urinário, como
no sistema nervoso (fadiga anormal, dificuldade em se concentrar, depressão,
alterações de humor), sistema digestivo (gases, distensão abdominal, diarreia
alternada com constipação e múltiplas alergias alimentares), pele (psoríase,
eczema, sudorese excessiva, acne e infecções nas unhas), sistema endócrino
(hipo ou hipertireoidismo, principalmente os de origem autoimune) e no próprio
trato genito-urinário, promovendo perda de libido.
A cândida, assim como outros fungos, é encontrada naturalmente em
organismos saudáveis e que não produzem sinais de doença em condições
fisiológicas normais. Antigamente, acreditava-se que o uso de tecidos
sintéticos, calça apertada e uso prolongado de biquíni úmido eram as principais
causas para o desenvolvimento da CVV. Hoje em dia, outras causas estão sendo
levantadas e comprovadas.
O sistema imune, nível de pH e as bactérias benéficas nos protegem de
maiores problemas pela exposição ao fungo. O organismo mantém o equilíbrio
entre as bactérias probióticas, as patogênicas, comensais e os fungos. O
desequilíbrio leva ao processo chamado de “disbiose”. Ao encontrar as
condições apropriadas, os fungos multiplicam-se rapidamente, ocasionando a CVV
sintomática. O uso de antibióticos, corticoides, anticoncepcionais orais,
esteroides, como estrogênio, laxantes, antiácidos e a presença de xenobióticos
na alimentação e no ambiente em que vivemos (metais tóxicos, agrotóxicos,
ftalatos) geram o desequilíbrio da microbiota normal (disbiose), favorecendo o
crescimento fúngico. A gravidez, o diabetes melittus, estresse, hipoglicemia e
outras doenças metabólicas podem também estimular a proliferação da cândida.
Não podemos deixar de citar outros fatores predisponentes que favorecem a
proliferação de fungos: imunossupressão, pacientes transplantados, portadores
de próteses (marcapasso, dentadura, cateteres) e portadores do vírus HIV.
Sabemos que, na maioria dos casos, a proliferação fúngica intestinal
precede às demais, podendo desencadear sintomas que atingem, simultaneamente, diferentes
partes do corpo. As escolhas alimentares e as condições ambientais são fatores
que levam nosso organismo aos desequilíbrios. Uma dieta rica em carboidrato
refinado (arroz e pão branco, biscoito, chocolate e bolos) e açúcar refinado,
leite e derivados, bebida alcóolica (vinho e cerveja), produtos
industrializados em geral e o alto consumo de frutose favorecem o crescimento
fúngico. Esses alimentos, além de nutrir o fungo, modificam o pH intestinal,
tornando o meio propício para a diminuição das bactérias probióticas.
No tratamento convencional, utiliza-se agentes imidazólicos e
triazólicos (fluconazol, miconazol, clotrimazol) e agentes poliênicos
(nistatina e algumas formulações contendo anfotericina B), não tratando a
causa, mas apenas os sintomas. Os estudos estão cada vez mais mostrando o papel
fundamental que a alimentação exerce na prevenção e tratamento da CVV. Diversos
alimentos podem ser incluídos para conseguirmos o efeito antifúngico.
Recomenda-se ingerir orégano, alho, cebola, diversidades de legumes e verduras,
suco de cranberry, óleo de coco extravirgem e alimentos com efeitos
prebióticos, como biomassa de banana-verde e batata-yacon. A exclusão dos
alimentos na dieta, citados anteriormente e que favorecem o crescimento
fúngico, torna-se essencial.
Estudos vêm mostrando também a atuação dos óleos essenciais, como o de
orégano (Origanum virens), sobre espécies de cândida, devido ao seu alto teor
de carvacrol (68,1%) e os seus precursores biogenéticos, γ-terpineno (9,9%) e
p-cimeno (4,5%). Assim como óleo de cravo-da-índia (Caryophillus aromaticus
L.), utilizado também para tratamento de candidíase vaginal. O alto teor de
eugenol, representando mais de 80% de sua composição, garante sua ação
antimicrobiana e antioxidante. Utiliza-se também o suplemento de óleo ou
extrato de alho, além de poder consumi-lo na sua forma natural. A alicina é o
elemento essencial no óleo de alho, responsável pelas propriedades terapêuticas
antibacterianas, anti-inflamatórias e antifúngicas. Na suplementação alimentar
são indicados os probióticos (bactérias benéficas) e prebióticos
(frutooligossacarídeos – FOS), como coadjuvantes no tratamento da candidíase.
A alimentação pode auxiliar tanto no tratamento ou prevenção da
candidíase, que aflige considerável parte da população feminina, como de outros
distúrbios causados pelo estilo de vida adotado nos dias de hoje. Nos casos
recorrentes, torna-se uma das principais aliadas e uma alternativa a alopatia.
Ótima divulgação de artigo, Denise.
ResponderExcluirAlguns estudos atuais vêm diminuindo a força da ideia de que a alimentação rica em "açúcares" facilita o aparecimento das infecções fúngicas. Acho que hoje, pela ciência, o grande papel de uma boa alimentação é no combate à Candidíase por meio de alimentos Probióticos, que se provaram muito úteis para diminuir o crescimento da levedura Candida sp tanto em testes laboratoriais como estudos clínicos.
Um abraço e continue com o site de ótimo conteúdo!
Obrigada Alan!
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